Para a doutrina
católica, as indulgências são concedidas para perdoar as penas temporais
causadas pelo pecado, ou seja, para reparar o mal causado como consequência do
pecado, através de boas obras, sendo
que o pecado já foi perdoado pelo Sacramento da Confissão. Há um
equívoco comum que indulgências seria o perdão dos pecados, contudo, elas só
perdoam a pena temporal causada pelo pecado. Uma pessoa continua a ser obrigada
a ter os seus pecados isentos por um sacerdote para receber a salvação. A
Igreja Católica considera a indulgência semelhante ao "ladrão, que
conseguindo o perdão daquele que foi roubado, deve restituir o dono com o dinheiro
equivalente ao que foi extorquido". "Outro exemplo é o da tábua
com pregos: nossa vida, comparada a uma tábua, tem nos pregos os pecados, que
são retirados no sacramento da Penitência, restando, todavia, os furos, os
buracos, que precisam ser tapados por boas obras (mortificação procurada,
penitência imposta, e penas da vida)."
A Igreja
Católica acredita que a salvação tornada possível por Jesus Cristo permite
ao pecador fiel a admissão no céu. O batismo livra o
registro do pecador e resulta no perdão completo de todos os pecados, mas
qualquer pecado cometido após o batismo origina uma penalidade que não foi
perdoada. Pecados mortais, que são
praticados por malícia ou por livre consentimento, extinguem a graça santa da
alma do fiel
e condenam-no ao inferno. Para
estes pecadores, a graça tem de ser restaurada pela perfeita contrição,
administrada através do Sacramento da
Confissão; mesmo nesse caso, permanece uma penalidade temporal devida a Deus que
deverá ser expiada neste mundo ou no pós-vida. Outros pecados, menos graves,
são perdoáveis e provocam uma penalidade devida a Deus, mesmo que não percam a
salvação. Exemplos bíblicos de como a pena temporal deve ser paga podem ser
vistos no fato de Davi, culpado
por homicídio e adultério, mesmo
depois de perdoado, teve como pena a morte de seu filho; também temos Moisés e Aarão que,
embora foram perdoados por Deus, tiveram
que sofrer a pena de não entrar na terra prometida.
As
indulgências católicas removeriam, assim, algumas ou todas estas penalidades
devidas pelos pecados dos fiéis; e pode ser feita em favor de si mesmo ou em
favor de um defunto que está a ser purificado no Purgatório pelas
suas penas temporais, dependendo da obra de indulgência. Ir ao cemitério rezar
pelos falecidos, por exemplo, concede indulgência aplicável apenas a almas no purgatório.
O perdão
total da pena temporal
é a chamada Indulgência plenária, as demais são indulgências parciais. As
indulgências parciais possuem um certo número de dias, significando que, se o
fiel rezar uma oração indulgenciada 300 dias, cumprindo as condições ordinárias
(confissão, comunhão e visita a uma igreja ou oratório público) terá pago 300
dias de sua pena temporal.
Em
resposta às sugestões feitas ao Concílio
Vaticano II, o Papa Paulo VI,
esclareceu substancialmente a aplicação prática das indulgências, escrevendo:
"Indulgências não podem ser
adquiridas sem uma sincera conversão de perspectivas e de unidade com Deus."
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Indulg%C3%AAncia#Doutrina_cat.C3.B3lica
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