Anjo Caído
Um 'Anjo caído é um
demônio, do grego δαίμων (o que divide), que na
tradição judaico-cristão,
é um ser intermediário entre o homem
e Deus,
um anjo
que, após uma guerra nos céus, afastou-se do plano divino, tornando-se
voluntariamente um espírito do Mal.
Na teologia
cristã
(católica,
ortodoxa
e protestante)
e o Anjo Caído ou Anjo Decaído é um anjo
que cobiçando um maior poder, acaba se entregando "às trevas e ao
pecado". O termo "anjo caído" indica que é um anjo que caiu do Paraíso.
O Anjo Caído mais famoso é o próprio Lúcifer.
Os Anjos Caídos são bastante comuns em histórias de conflitos entre o bem e o
mal.
Doutrina
Para os cristãos,
os demônios são anjos
maus que, chefiados por Lúcifer ou Satanás, se rebelaram contra Deus, pecando por orgulho,
como se pudessem tornar iguais ao Criador e foram, por isso, condenados e
precipitados, para sempre, no inferno. O cristianismo ensina que Deus não criou seres
propensos ao mal e nem os condenou ao Inferno,
foram eles que usando de seu Livre Arbítrio
se rebelaram e condenaram a si próprios. O Credo e a Sagrada Escritura
nos ensinam que Deus criou todas as coisas, visíveis e invisíveis. Assim, os
primeiros seres que Ele criou foram os puros espíritos, ditos Anjos, dos quais alguns se
revoltaram contra o Criador, tornando-se demônios, condenados eternamente . A
Escritura e a Tradição afirmam que o Diabo foi primeiro um anjo bom, criado por Deus.
Em 1215, o Quarto Concílio de Latrão afirmou: “De
fato, o Diabo e os outros demônios foram por Deus criados naturalmente bons;
mas eles, por si, é que se fizeram maus”. A Bíblia
fala do pecado destes anjos caídos . O ‘’Catecismo da Igreja Católica’’ ensina
que “a queda consiste na livre opção destes espíritos criados, que radical e
irrevogavelmente recusaram Deus e o seu Reino. Encontramos um reflexo desta
rebelião nas palavras do tentador aos nossos primeiros pais: ‘Sereis como Deus’
. O Diabo é ‘pecador desde o princípio’ (1 Jo 3, 8), ‘pai da mentira’ (Jo 8,
44). É o caráter irrevogável da sua opção, e não uma falha da infinita
misericórdia de Deus, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser
perdoado” (CEC art. 392 e 393). São João Damasceno
em sua obra “A fé Ortodoxa” (II, 4: PG 94, 877) afirma: “Não há arrependimento
para eles depois da queda, tal como não há arrependimento para os homens depois
da morte”. Assim, por detrás da opção de desobediência dos nossos primeiros
pais, há uma voz sedutora, oposta a Deus (Gn 3, 1-5) a qual, por inveja, os faz cair
na morte (cf. Sb 2, 24).
A Escritura
e a Tradição vêm neste ser um anjo decaído, chamado de satanel (cf. CEC art.
391). Ensina a doutrina que os demônios, sendo inimigos da natureza humana
assumida pelo Verbo de Deus, agindo por ódio contra Deus e pela inveja que
têm ao gênero humano (cf. Mt 8,16; Ef 6,12; 1 Pd 5, 8), procura induzir o homem
ao mal, podendo mesmo, com permissão divina, causar-lhe algum dano ao corpo e
aos bens que possui, como aconteceu com Jó.
O Papa Paulo VI,
tratando do assunto, reafirmou que "Os demônios estão na origem da
primeira desgraça da humanidade: foi o tentador pérfido e fatal do primeiro
pecado, o pecado original (Gn 3; Sb 1, 24). Com a queda
do homem, o Diabo
adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a redenção de Cristo
pode libertar. É história que dura ainda hoje. Recordemos os exorcismos do Batismo
e as frequentes referências da Sagrada Escritura
e da Liturgia
ao agressivo e premente poder das trevas (Cf. Lc 22, 53; Cl 1, 13). O Diabo é o 'adversário
número um', é o tentador por excelência. Sabemos, portanto, que este ser
obscuro e perturbador existe realmente e que ainda atua com astúcia traiçoeira.
É o adversário oculto que semeia erros e desgraças na história
humana ... O 'Anjo Mau' é o homicida
desde o princípio ... e o 'Pai da Mentira', como o define Cristo
(Cf. Jo 8, 44-45); é o insidiador
sofista
do equilíbrio moral do homem. É ele o pérfido e astuto encantador que sabe
insinuar-se em nós, através dos sentidos, da fantasia, da concupiscência, da
lógica utopista,
ou dos desordenados contatos sociais na realização de nossas obras para
introduzir-lhes desvios, tão nocivos quanto, na aparência, conformes com as
nossas estruturas físicas ou psíquicas, ou com as nossas profundas e
instintivas aspirações". O mesmo pontífice afirmou que
"A fumaça de Satanás está entrando pelas frestas da Igreja",
ou seja, o Diabo e
seus demônios não deixam de perseguir e atacar os membros da Igreja, sejam
leigos ou clérigos, do mesmo modo ameaçador que tentou a São Pedro
e os demais apóstolos (Cf. Lc 22, 31). Mas, os poderes infernais jamais
prevalecerão contra a Igreja,
em sua organização e doutrina (Mt 16, 18). Em sua providência, Deus não permite que sejamos
tentados acima de nossas forças, de sorte que sempre podemos e devemos resistir
aos demônios, como fez Cristo e nos exorta o apóstolo São Tiago
(Cf. MT 4; Tg 4,7; 1 Cor 10,13.
A doutrina ensina
que os demônios procuram arrastar ao inferno
as almas humanas, empregando para isto as tentações e as obsessões. As
tentações são más inspirações e ciladas armadas contra as almas dos homens,
devido à natureza perversa dos homens, da qual os demônios se aproveitam. As
obsessões são os tormentos sensíveis que os demônios exercem nos corpos.
Contudo, sabe-se pelos Evangelhos que , além
das tentações ordinárias e obsessões malignas, pode haver raros casos de
possessão diabólica (Mt 8, 28-32; 12,22), ou seja, um demônio se apodera da
ação humana, tomando posse do corpo do homem, usando-o como instrumento para blasfêmias
e maldições.
A doutrina ensina que “A graça é a defesa decisiva contra os ataques dos
demônios. O cristão deve ser militante; deve ser vigilante e forte, recorrendo
às vezes a algum exercício ascético
especial, para afastar determinadas invasões diabólicas. Jesus ensina isto,
indicando como remédio a oração
e o jejum
(Cf. Mc 9,29) e a Igreja
recomenda a confiante devoção de cada homem ao seu Anjo da Guarda.
O ‘Catecismo da Igreja Católica’ conclui que: “o poder de Satanás
não é infinito. Satanás é uma simples criatura, poderosa, pelo fato de ser puro
espírito, mas, de qualquer modo, criatura: impotente para impedir a edificação
do Reino de Deus.
Embora satanás
exerça no mundo a sua ação, por ódio contra Deus e o seu reinado em Jesus Cristo,
e embora a sua ação cause graves prejuízos – de natureza espiritual e
indiretamente, também, de natureza física – a cada homem e à sociedade, essa
ação é permitida pela Divina Providência, que com força e suavidade
dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade
diabólica é um grande mistério. Mas, ‘nós sabemos que Deus concorre em tudo
para o bem daqueles que O amam’ (Rm 8, 28)”.
Aparência
A queda do Diabo,
segundo Gustave Doré.
Existem várias
imagens de um Anjo Caído, algumas muito parecidas com a de um "Anjo
Luminoso". Entre elas, podemos citar: um homem com grandes e negras asas
de morcego; um anjo sem a sua auréola
e com as asas de penas negras; um homem com a metade direita com asas de anjo e
a metade esquerda com asas de demônio,
um anjo bom com uma asa quebrada e até mesmo como um anjo comum, porém sem o
carisma e a graça angelical deste.
Referências musicais
Há letras de músicas
que citam Anjo Decaído. Uma das mais famosas mas no entanto longe de ser
a única que aborda o assunto tão explicitamente é a Sympathy for the Devil
da banda inglesa Rolling Stones. Nesta música o anjo decaido era
no Céu como um grande maestro que conduzia a orquestra de Deus. Zeca Baleiro
cita na música Heavy metal do senhor, uma banda do diabo formada por
anjos decaídos. Há também a música da consagrada banda de Heavy Metal Inglesa Iron Maiden
"The Fallen Angel" que aborda a história da rebeldia de Azazel e sua
cobiça pelo paraíso.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anjo_ca%C3%ADdo
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