1.
Amós
Cidadão de Tecoa, tribo de Judá, o profeta era pastor
e cultivador de sicômoros. Seu ministério foi breve e teve como cenário o Reino
de Israel e, apesar de ser proibido de continuar seu ministério por lá, ele
continuou profetizando em nome do Senhor:
“Respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não sou
profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros. Mas o
Senhor me tirou de após o gado e o Senhor me disse: Vai-te e profetiza ao meu
povo de Israel”.
Amós profetizou em Israel durante o reinado de
Jeroboão II (785-744 a.C.) e durante o reinado do rei Uzias (780-740 a.C.), rei
de Judá. Era um tempo de florescimento econômico que não se refletia na
sociedade, pois o povo era vítima da desigualdade social existente e de um
governo corrupto.
1.1.
A voz de Deus contra a injustiça
Deus através do profeta Amós se rebela contra a
injustiça praticada pelos círculos de poder. O povo de Israel estava dormindo
espiritualmente e Amós foi enviado para acordá-lo e, no meio de oposição severa
e hostil, comunicou a palavra de Deus.
Amós denuncia a ganância dos governantes e o pecado
do povo. Através de Amós, Deus emite a condenação para o povo de Israel e
adverte o povo sobre as conseqüências, caso não se arrependesse: os assírios
viriam e saqueariam o Reino do Norte.
O profeta termina com promessas de restauração para
Israel. Amós foi fiel ao proclamar a palavra de Deus e Deus foi fiel à sua
promessa.
2.
Oséias
Como Amós, desenvolveu seu ministério no Reino do
Norte, mas ao contrário dele, Oséias era originário de Israel.
Oséias foi contemporâneo de Amós e exerceu seu
ministério provavelmente entre 752 e 735 a.C. Os dois profetas situam-se,
portanto, no mesmo contexto histórico.
As desigualdades sociais, a exploração decorrente da
marginalização dos mais desfavorecidos e o abuso de poder nos dias de Jeroboão,
rei de Israel, quando Uzias, Jotão e Acaz, governaram Judá.
2.1.
Oséias e o amor de Deus
Mal-sucedido no seu casamento, Oséias usa sua
experiência matrimonial como analogia para denunciar a infidelidade religiosa
do povo de Israel.
Uma vez que tempo e local são os mesmos, Oséias
denuncia as mesmas situações delatadas pos Amós, ou seja, a corrupção dos
governantes, a aberrante desigualdade social mantida por eles a despeito da
prosperidade política e econômica de Israel e a idolatria do povo que começou a
degradar o Templo e o culto ao Senhor. É justamente neste último ponto -a
infidelidade do povo- que Oséias centra a sua mensagem.
Podemos ver na mensagem de Oséias que Deus julga e
disciplina o seu povo, mas, no final, Ele próprio provê restauração, cura e
perdão.
Oséias nos mostra que o amor de Deus é maior que o
delito cometido. Deus aborrece o pecado, mas o seu amor pelo pecador é maior e
incondicional.
3.
Isaías (Cap. 1-39)
A primeira parte do livro de Isaías narra o
ministério profético que esse profeta exerceu no Reino de Judá e que começou
“no ano da morte do rei Uzias”. Profetizou durante os reinados dos reis Uzias,
Jotão, Acaz e Ezequias.
O Império Assírio vinha se fortalecendo e já era uma
ameaça real para Israel e para os povos vizinhos. A tomada de Samaria por parte
dos assírios se concretizou em 722 a.C. marcando a destruição do Reino do
Norte. Embora os outros povos também fossem caindo nas mãos dos assírios, o
Senhor livrou Judá.
Depois de Uzias, reinou Acaz, seu filho. Durante seu
reinado ocorreu a guerra sírio-eframita. O rei Acaz estava sendo pressionado
pela Síria e pelo Reino do Norte a unir-se à aliança contra a Assíria. Neste
momento surge Isaías exortando-o a confiar na fidelidade e soberania de Deus,
pois só Ele poderia livra Judá das ameaças que o cercavam.
Depois, no reinado do rei Ezequias, Isaías torna a
profetizar a favor da soberania de Deus na vida do povo chamando-o para depender
de Ele. Os povos vizinhos que resolveram aliar-se e enfrentar o forte Império
Assírio caem um por um. Judá, entretanto, é livrada pela poderosa mão do
Senhor.
3.1.
A voz de Deus contra a auto-suficiência humana
A idéia central da mensagem de Isaías contida nos
capítulos 1 a 39, é a denuncia contra a auto-suficiência humana que é a raiz de
toda idolatria e depravação espiritual e convoca o povo para o arrependimento e
para o reconhecimento do poder e soberania de Deus.
Ele protege e guarda o povo que Ele escolheu por isso
Sião (Jerusalém) não precisa de alianças. O povo deve esperar com calma pelas
promessas de Deus, pois ele é soberano.
Sião não precisa de ajuda externa e essa é a resposta
que o Senhor espera que seja dada aos embaixadores estrangeiros. “Que se
responderá, pois, aos mensageiros dos gentios? Que o Senhor fundou a sião, e
nela encontram refúgio os aflitos do seu povo.”
Isaías nos diz que Deus é Santo; Santo e soberano, e
por isso, a Ele o seu povo deve todo louvor e adoração; e deixando de lado a
hipocrisia religiosa, deve voltar-se para Deus e prostrar-se diante de
Ele.
4.
Miquéias
Profeta de Judá e contemporâneo de Isaías, o profeta
Miquéias exerceu seu ministério durante os reinados de Jotão (740-736 a.C.),
Acaz (736-716 a.C.) e Ezequias (716-687 a.C.). Testemunha dos episódios
ocorridos durante a guerra sírio-eframita, Miquéias profetiza tanto para Israel
quanto para Judá.
Muito provavelmente Miquéias, como Amós, era
originário da zona rural e exerce seu ministério profético profundamente ciente
do seu chamado.
4.1.
Miquéias e a ética
Os temas tratados por Miquéias durante seu ministério
são os mesmos abordados por Isaías. Miquéias, porém, deu mais ênfase às
questões da injustiça social e de idolatria que às questões de política exterior.
As ameaças proferidas contra o povo e o desespero
deste por aplacar a ira divina fazem com que este profeta tenha como eixo da
sua mensagem uma profunda convicção da sua vocação e da necessidade de declarar
a genuína palavra de Deus sem se importar com o que o povo queria ouvir.
O agricultor que Deus chamara para o ministério
anunciou o juízo de Deus a um povo cujos governantes exploravam os pobres
ignorando a dignidade do ser humano. Finalmente, mostrou o plano de salvação de
Deus.
5.
Sofonias
Depois do governo tirânico de Manassés, que reprimia
qualquer oposição condenando à morte seus opositores e do reinado do seu filho
Amon, que manteve tais práticas repressoras, subiu ao poder Josias -filho de
Amon- que assumiu o trono com apenas oito anos devido ao assassinato do seu
pai.
O profeta Sofonias exerceu seu ministério em
Jerusalém durante os dias do rei Josias (640-609 a.C.) em Judá.
No
começo do reinado de Josias, ainda na minoridade deste, Sofonias denunciou os
abusos e costumes pagãos do povo em Jerusalém e que seria motivo da reforma que
o rei Josias, já mais velho, promoveria.
5.1.
Deus e os restantes de Israel
Sofonias prega a humildade do povo de Deus que
confiante no senhor não se abandona a práticas pagãs, conduzindo-se
desonestamente. O grande Dia do Senhor está próximo e Ele julgará aqueles que
pecam pela soberba, pela auto-suficiência e pela incredulidade. “Naquele tempo,
esquadrinharei a Jerusalém com lanternas e castigarei os homens que estão
apegados à borra do vinho e dizem no seu coração: O Senhor não faz bem, nem
mal.”
Deus, entretanto, deixará o remanescente de um povo
fiel e humilde aberto á vontade do Senhor, para eles o Senhor promete a
salvação: “Naquele tempo eu vos farei voltar e vos recolherei; certamente,
farei de vós um nome e um louvor entre todos os povos da terra, quando eu vos
mudar a sorte diante dos vossos olhos, diz o Senhor”
6.
Naum
Pouco se sabe sobre a pessoa de Naum, outro dos
profetas de Judá. Sabe-se que era contemporâneo de Sofonias, Habacuque e
Jeremias. O que equivale a dizer que seu ministério foi exercido em Judá quando
Josias era rei.
Por volta de 625 a.C., mais de um século de dominação
assíria tinha destruído o Reino do Norte e tinha deixado Judá mergulhada na
mais profunda crise de identidade, pronta para prestar culto a divindades
estrangeiras, fazer alianças com governantes assírios e abandonar a sua fé no
Senhor.
6.1.
A voz de Deus contra a opressão
É nesse contexto que surge Naum para conclamar o povo
a esperar em Deus e olhar para o futuro.
O profeta proclama a ruína de Nínive, a grande
capital do Império Assírio. Embora Deus tenha permitido que os invasores
destruíssem Samaria e oprimissem o Reino do Sul, Deus não permite que essa
opressão permaneça e que outra nação triunfe sobre Judá contrariando o seu
plano divino.
“O destruidor sobe contra ti, ó Nínive! Guarda a
fortaleza, vigia o caminho, fortalece os lombos, reúne todas as tuas forças!
(Porque o Senhor restaura a glória de Jacó, como a glória de Israel porque
saqueadores os saquearam e destruíram os seus sarmentos).”
A mensagem de Naum reflete a voz de Deus que chama o
seu povo a reconhecer que Ele está no controle de todas as situações e que a
sua soberania e a sua justiça prevalecem.
7.
Habacuque
Nínive tinha sido destruída pelas tropas da
Babilônia. Por volta do ano 600 a.C. a Babilônia dominava o mundo e
preparava-se para destruir Jerusalém e todo o Reino do Sul da mesma maneira
como tinha assolado os povos vizinhos. Nesse cenário aparece o profeta
Habacuque pregando para o povo em Judá antes do exílio durante o reinado de
Jeoaquim.
7.1.
Habacuque e a fé em Deus
A mensagem proferida por Habacuque é muito similar
àquela que o profeta Naum proclamara. Será Deus conivente com a injustiça e com
a violência de um exército sanguinário, mesmo sabendo que é um meio usado por
Deus para punir a iniqüidade do seu povo? Essa é a grande interrogação que o
profeta Habacuque tem para fazer ao Senhor logo no início do seu diálogo com
Ele.
No segundo capítulo do livro, o profeta nos ensina a
ouvir pela resposta do Senhor e a aceitá-la mesmo não sendo aquela que
gostaríamos de receber. Finalmente, depois de ouvir a sentença do Senhor,
declara a grandeza do Senhor e se regozija com a salvação, pois “o justo viverá
pela sua fé.”
Por último e, ao igual que Naum, Habacuque reafirma a
fidelidade de Deus -Ele cumpre o que promete-, profetiza chamando o povo a
reconhecer a soberania do Senhor e a confiar nEle.
8.
Jeremias
O ministério profético de Jeremias, iniciado em 627
a.C., no décimo terceiro ano de governo do rei Josias (640-609 a.C.), se
estendeu durante os reinados de Jeoaquim (609-598 a.C.) e Zedequias (598-587
a.C.) e se prolongou até vários anos depois do cativeiro. O profeta assistiu à
invasão de Jerusalém pelas tropas de babilônia e foi testemunha da queda de
Jerusalém.
Jeremias exerceu seu ministério de forma atuante em
Jerusalém no reinado de Josias, se inserindo dentro do contexto do que Deus
vinha falando ao seu povo por intermédio do profeta Sofonias que o precedeu. A
reforma do rei Josias chegou para mudar essa situação de injustiça e
idolatria.
Durante o reinado de Jeoaquim, porém, a reforma que
Josias promovera retrocedeu consideravelmente e a situação de imoralidade,
paganismo e injustiça social que havia antes da reforma voltou a fazer parte da
realidade do povo de Deus. Foi o período da primeira deportação dos judeus para
a Babilônia.
Depois da primeira invasão de Jerusalém, Jeremias
continuou proclamando a palavra do Senhor, já no sentido de predizer o exílio e
a destruição de Jerusalém. Depois, Jeremias prosseguiu o seu ministério que se
estendeu até vários anos após esse tempo tão difícil.
8.1.
Jeremias e a luta humana
A mensagem de Jeremias se constitui num chamado ao
povo para o arrependimento e, na medida em que profetizou a ruína de Judá, a
sua mensagem foi rejeitada.
Ele sofreu as conseqüências de exercer fielmente o
seu chamado e experimentou de maneira singular a dependência humana a
Deus.
Jeremias anunciou o exílio e pregou contra os falsos
profetas que não declaravam a palavra do Senhor, mas que davam falsas
esperanças ao povo.
As pessoas, por sua parte, não entendiam as palavras
que o Senhor tinha posto na boca do profeta. O exílio não trazia consigo
somente o juízo de Deus, Jeremias entendia esse período como um intervalo
necessário para que o povo de Deus se voltasse para o Senhor.
Jeremias lutou consigo mesmo para permanecer fiel ao
seu chamado e lutou com os reis de Judá que o consideravam um traidor. Nesse
sentido, Jeremias se colocou sempre na dependência do Senhor mesmo sabendo que
haveria um caminho difícil de ser percorrido, um caminho de lutas e
sofrimentos. A mesma dependência ao Senhor e o mesmo caminho que coletivamente
Deus tinha preparado para o seu povo e que Jeremias obedientemente anunciaria.
O caminho do Senhor -e não o dos políticos- é sempre o melhor.
9.
Ezequiel
O profeta Ezequiel, além de profeta, foi sacerdote,
filho de Buzi -também sacerdote do Templo- e exerceu o seu ministério entre 593
e 571 a.C. e foi levado cativo para Babilônia em 587 a.C. Isto é, Ezequiel
profetizou em Judá antes do cativeiro e na terra dos Caldeus quando lá estava
exilado.
9.1.
Ezequiel e o Senhor da Glória
Desde o início, a mensagem de Ezequiel se inicia as
visões gloriosas da glória do Senhor. Nos primeiros capítulos ele descreve o
seu chamado e depois, por intermédio de atos simbólicos, anuncia a condenação
de Judá, fazendo com que o povo ouça a palavra e a vontade do Senhor.
Ele sabia que Deus permitiria o exílio e o sofrimento
do seu povo. Após a destruição de Judá e já no exílio, Ezequiel descreve o
julgamento divino para outras nações. Recebeu as visões do Senhor que o chamava
a guiar Jerusalém e Judá para que compreendesse os caminhos de Deus.
Ezequiel é a voz de Senhor para mostrar ao povo
exilado que há esperança e através da imagem do vale dos ossos secos
profetiza a restauração do povo de Deus. Finalmente, Ezequiel profetizando a
restauração do Templo, proclama que a glória do Senhor prevalecerá para todo e
sempre.
10.
Deutero-Isaías
Existem indícios que nos advertem que a segunda parte
do livro de Isaías, que abrange os capítulos 40 a 55, não foi escrito por
Isaías, mas por um autor diferente que, por convenção, é chamado pelo nome de
Deutero-Isaías.
O tempo do Deutero-Isaías é, ao igual que o do
Ezequiel, o exílio do povo na Babilônia quando esta nação entra em um período
de declínio político e militar e quando se vislumbrava a ascensão do Império
Persa. Podemos situar o tempo do exercício do ministério entre 550 a.C., quando
Ciro inicia sua marcha triunfante, e 539 a.C. data em que o exército persa
conquista Babilônia.
10.1.
O Deutero-Isaías e a grandeza de Deus
Este profeta, que, ao descrever o seu chamado, se
apresenta simplesmente como a voz que clama no deserto, proclama a mensagem de
libertação e redenção do Senhor. A sua missão é declarar que a graça de Deus
novamente se faria presente e o povo de Deus seria protagonista de um novo
êxodo que superaria aquele que aconteceu no Egito.
Um outro aspecto de destaque na mensagem de
Deutero-Isaías é a de a salvação universal. O Senhor é o criador e único Deus,
diante o qual “se dobrará todo joelho e jurará toda língua.”
11.
Obadias
Profetizou para o povo de Judá. Não existe nenhuma
referência que ajude a datar com exatidão o livro deste profeta, mas sabe-se que
foi escrito depois de 587 a.C., quando houve um conflito entre Judá e
Edom.
11.1.
A voz de Deus contra a arrogância
Edom, um povo vizinho, com relações de parentesco com
o povo de Deus através de Esaú e Isaque, ajudou a Babilônia a destruir
Jerusalém e se apoderou dos despojos da terra de Judá. Obadias pronunciou o
juízo do Senhor sobre os inimigos de Seu povo e prometeu a Judá uma vida
renovada. A missão de Obadias foi, em nome do Senhor, dar esperança ao povo que
não devia permitir o orgulho e a arrogância dos seus inimigos, pois continuava
sendo o povo da promessa. Eles precisavam confiar que a promessa de Deus para
Seu povo iria cumpri-se.
Ageu desenvolveu seu ministério durante quatro meses
no ano de 520 a.C., ou seja, dezoito anos após Ciro permitir que os judeus
voltassem para sua terra. Ele anunciou a palavra do Senhor para o povo de Judá
instando-o a reconstruir o Templo.
12.1.
Deus e os recursos materiais
Ageu lamenta a falta de compromisso do povo de Deus
com a tarefa de reconstruir o Templo. A falta de recursos materiais refletia
essa situação. Surge então, a voz do Senhor pela boca do profeta, encorajando o
povo para o serviço. Nem a falta de recursos nem a grandeza do Templo de
Salomão que fora destruído, devia intimidá-los, pois a glória do Templo que
estavam prestes a reconstruir seria maior do que a do anterior, nele se
cumpriria a promessa messiânica que se iniciaria com Zorobabel, seu
contemporâneo. O Senhor, “dono do ouro e da prata”, está pronto para redimir
definitivamente o seu povo.
O profeta Zacarias viveu na mesma época que o profeta
Ageu, porém exerceu seu ministério só dois anos depois, no ano 518 a.C.
Fazia vinte anos que o povo tinha voltado do exílio
na Babilônia e não suportava mais a fome e a pobreza. Não conseguia enxergar a
poderosa mão de Deus que o
livrara do cativeiro e não conseguiam chegar a um consenso sobre quem devia ser
o líder do povo. Começavam a duvidar que as promessas que o Senhor fizera
fossem cumprir-se.
13.1.
Zacarias e a pureza
Como contemporâneo do profeta Ageu, a pregação de
Zacarias não difere muito daquela que Ageu proclamou.
Através das visões que Zacarias relata, Deus perdoa
seu povo e reafirma a promessa segundo a qual, na pessoa de Zorobabel, a re
denção final será alcançada pelo povo de Judá. Para isso, o povo devia
purificar-se e dedicar-se à prática do amor e à obediência da palavra de
Deus.
Zacarias declara a grandeza de Israel como povo
escolhido de Deus e desafia o povo a unir-se e a construir uma harmonia entre o
poder civil e religioso. Pela boca de Zacarias, o Senhor confirma que a
restauração da nação está próxima.
14.
Trito Isaías
O período pós-exílio foi o pano de fundo para o
relato registrado nos últimos capítulos (56 a 66) do livro de Isaías. Não se
sabe quem escreveu a mensagem contida nele. Por convenção, chama-se ao autor
-ou autores- deste trecho pelo nome de Trito Isaías.
Ao que tudo indica mensagem do Trito Isaías parece
situar-se no tempo entre as profecias de Ageu e Zacarias e as reformas
empreendidas por Esdras e Neemias, ou seja, entre 520 e 450 a.C.
14.1.
O desejo de Deus por um culto genuíno
O Trito Isaías trata fundamentalmente de uma mensagem
de encorajamento aos pobres e chama a atenção de todo o povo para deixar de
lado a hipocrisia religiosa e voltar-se para Ele e prestar-lhe verdadeiro culto
e adoração.
Ao contrário do que muitos pensam o profeta autor das
profecias contidas no livro de malaquias, é anônimo. Em todo o livro não há
menção que faça referência ao nome do autor.
15.1.
A voz de Deus contra a indiferença espiritual
Na medida em que as novas gerações se esqueciam da
vida que o povo levava no exílio, iam também esquecendo das tradições e
costumes próprios deles. A descrição ilustra esta última etapa do Antigo
Testamento em que o povo estava deixando de lado a Deus e ignorando os seus
mandamentos.
A mensagem de Malaquias se insere dentro desse
contexto. A missão do profeta era a de despertar o povo de Deus para que
passasse de um comportamento negligente produto da indiferença religiosa para
um novo relacionamento com Deus onde o respeito, a honra e o amor por Deus
possam ser expressos em obediência. O profeta tenta mostrar a necessidade de
uma nova intervenção divina, desta vez, definitiva.
No Grande Dia do Senhor, e apesar da indiferença, o
ceticismo e a corrupção do seu povo, Deus mostraria que nunca os esquecera e
ainda os amava.
16.
Joel
Muito pouco sabemos da pessoa deste profeta. Sabemos,
porém, que ele é originário de Judá. Pelas referências existentes no relato
bíblico que dizem respeito a uma provável união comercial entre Tiro e Sidom e
entre as cidades filistéias, parece que podemos situar a pregação de Joel no
final da dominação persa. A escassa referência à Grécia, contudo, leva os estudiosos
a pensar que o Império de Alexandre não tinha se estabelecido ainda. Por isso,
a data mais provável seja uma data anterior a 330 a.C.
16.1.
O arrependimento da nação é necessário
A seca e a aridez da região durante a praga de
gafanhotos aludida pelo profeta no livro, ameaçavam com terminar com a
esperança do povo.
Joel
faz uma conexão entre esses eventos e as expectativas que Deus tinha do seu
povo. Mediante uma analogia com uma praga de gafanhotos liderada pelo próprio
Deus, Joel chamou Judá para o arrependimento diante do juízo divino.
Profetizando o arrependimento de Judá, aponta para o
dia no futuro em que o Senhor daria o Seu Espírito a todo seu povo.
17.
Deutero-Zacarias
A segunda parte do livro de Zacarias não foi escrito
pelo próprio profeta, mas por autores anônimos muitos anos depois. Não se sabe
ao certo a data em que devemos situar estas profecias, mas pela referência à
Grécia presente em 9.13, parece lógico afirmar que essas profecias tiveram
lugar entre o final do século IV a..C e início do século III
17.1.
O Deutero-Zacarias e o Reino vindouro
Se as profecias de Ageu e de
Zacarias (capítulos 1-8) instavam o povo à reconstrução do Templo,
Deutero-Zacarias procura guiar o povo a encontrar a purificação e o perdão de
Deus, conclamando-o a unir-se e a esperar que a promessa do Senhor fosse
cumprida. Nesse sentido, o tom escatológico da pregação de Deutero-Zacarias
insta os líderes do povo chamando-os a purificar-se. Neles o povo seria
abençoado e a fidelidade e a justiça de Deus se faria presente.
O profeta Jonas viveu no tempo do rei Jeroboão II que
governou o Reino do Norte entre 783-743 a.C. O relato contido no livro de
Jonas, entretanto, é uma parábola datada a fins do século V e começos do século
IV a.C., dirigida aos judeus que viveram na época posterior ao exílio.
18.1.
Deus e a teimosia do seu povo
O povo, que se considerava “o restante exclusivo de
Israel” e herdeiro da salvação de Deus, começou a praticar uma xenofobia
incoerente com a palavra de Deus, passando a rejeitar tudo o que não fosse
próprio e a fechar-se em si mesmo.
Nesta parábola, Deus que mostrar que muitas vezes o
povo de Deus tem um comportamento pior daquele que é esperado pelos ímpios que
não conhecem e não temem o Senhor. Através desta história, Deus quer mostrar
para o seu povo que a salvação é universal e que aquela mensagem presente no
Deutero-Isaías ainda é válida. O amor de Deus é para todos.
19.
Daniel
O livro de Daniel, escrito por volta do ano 165 a.C.,
foi atribuído a um profeta que viveu no século VI a.C. O objetivo do livro é
encorajar os judeus perseguidos por Antíoco IV.
19.1.
Daniel e a proteção de Deus para os perseguidos
A missão do livro de Daniel é como já dissemos,
consolar os judeus perseguidos. A resistência proclamada no livro é dirigida
àqueles que são intimidados.
A mensagem em Daniel pode ser vista como um
testemunho de fé e perseverança diante da perseguição e mostra como a
recompensa final é certa. Todos aqueles que tentam perseguir o Reino de Deus
cai um por um, enquanto aqueles que fielmente resistem obtêm a vitória final.
Resistir sempre vale a pena quando se está do lado do Senhor.
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