No cristianismo,
a Comunhão dos Santos (em latim,
Communio Sanctorum) é a união espiritual de todos os cristãos
vivos e mortos, aqueles na terra,
no céu e, na doutrina católica, no purgatório.
Eles formam juntos um único corpo místico,
e cuja cabeça é o próprio, sendo que cada membro deste corpo contribui para o
bem de todas as partes e no bem-estar de todos, as pessoas que estão ligadas a
esta comunhão incluem aqueles que já morreram como é citado em Hebreus
12:22-23. A palavra "sanctorum" na frase "communio
sanctorum" também pode referir-se não apenas às pessoas santas, mas também
para as "coisas santas", ou seja, as bênçãos
que as pessoas santas partilham umas com os outras, incluindo a sua fé, os sacramentos
e as outras graças
e dons espirituais que têm como cristãos.
O termo é incluído
no Credo dos Apóstolos, um grande profissão da fé
cristã cuja forma atual foi atingida no século VIII,
mas que teve origem em torno do ano 100,
sendo a base da declaração de fé da Igreja. A crença em um elo místico que unia
tanto os cristãos vivos e os mortos em esperança e amor é confirmada já no século IV
pela São Nicetas de Remesiana (335-414); o termo desde então
tem desempenhado um papel central nas formulações do credo cristão.
A doutrina da
Comunhão dos Santos é baseada em 1 Coríntios 12, onde São Paulo
compara os cristãos e a Igreja
a um único organismo. "Santos" refere-se aos cristãos como
indivíduos, independentemente da sua santidade pessoal, sendo assim chamados,
porque eles são consagrados a Deus e à Cristo. O uso da palavra
"santo" encontra-se cerca de cinquenta vezes no Novo Testamento.
A alegação de que todos os cristãos estão em comunhão com Cristo, e são beneficiários
de todos os seus dons é citado em Romanos 8:32, 1 Coríntios 6:17
e 1 João 1:3.
A Igreja Católica,
a Igreja Ortodoxa,
a Igreja Anglicana e a Igreja Assíria do Oriente apontam para
essa doutrina, em apoio de sua prática de se pedir a intercessão
dos santos no céu, cujas orações (Apocalipse 5:8) ajudam os seus
companheiros cristãos na Terra.
Na doutrina católica, a comunhão dos
Santos tem dois significados intimamente relacionados: "«comunhão
nas coisas santas, sancta», e «comunhão entre as pessoas santas, sancti»".
O primeiro significa a participação de todos os membros da Igreja nas coisas
santas: a fé, os sacramentos
(nomeadamente a Eucaristia), os carismas e os outros dons espirituais. O segundo significa a
união viva e espiritual de todos os fiéis cristãos e membros da Igreja que,
"pela graça,
estão unidos a Cristo", formando um único Corpo Místico de Cristo e sendo por isso "pessoas
santas (sancti) em Cristo". Logo, esta comunhão de santos forma "uma
só família, a Igreja", que está organizada em três estados espirituais
diferentes:.a Igreja militante, formada pelos fiéis que
"peregrinam na Terra", nomeadamente aqueles que estão em estado
de graça (ou seja, que não estão manchados por pecados mortais
não confessados); a Igreja padecente ou purgante,
constituída pelas almas que ainda padecem no Purgatório
e que, por isso, necessitam das orações de sufrágio (nomeadamente a missa), das boas obras,
dos sacrifícios,
das indulgências
e das obras de penitência praticadas pelos membros da Igreja militante. Todas
estas ações aceleram a purificação
e posterior entrada no Céu destas almas padecentes, a Igreja triunfante,
composta pelos habitantes do Céu (desconhecidos/ anônimos ou oficialmente reconhecidos
pela Igreja), que alcançaram a eterna e definitiva santidade e que, portanto,
são os intercessores dos homens junto de Deus.
Todos os membros da
Igreja destes três diferentes estados espirituais, unidos espiritualmente em
Cristo, podem por isso interceder e ajudar-se mutuamente, através de orações, boas obras,
sacrifícios e indulgências, ou seja, através da "comunicação dos
bens espirituais". Esta união viva é sustentada na doutrina católica
de que "todos os crentes formam um só corpo, [logo] o bem duns é comunicado aos
outros [...]. E assim, deve-se acreditar que existe uma comunhão de bens na
Igreja. [...] Mas o membro mais importante é Cristo, que é a Cabeça [...].
Assim, o bem de Cristo é comunicado a todos os membros, comunicação que se faz
através dos sacramentos da Igreja»". Esta união
espiritual, em última análise, é fundamentada "no mesmo amor de Deus e
do próximo" que todos os católicos comungam, "embora de modo e
grau diversos", formando assim uma só Igreja.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunh%C3%A3o_dos_Santos
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