O
Evangelista São Marcos (João Marcos) era hebreu de origem, da tribo de Levi,
foi um dos primeiros discípulos de São Pedro, que na festa de Pentecostes
receberam o santo Batismo das mãos do Apóstolo, razão talvez, de São Pedro em
sua primeira epístola o chamar “seu filho”. (I. Pedro, 5, 13).
Os atos dos
Apóstolos (12, 12) mencionam a mãe de São Marcos, Maria, proprietária de uma
casa em Jerusalém, onde os cristãos realizavam suas reuniões.
Seu
apostolado é intimamente ligado também ao de São Paulo, em Roma, onde
desenvolveu um zelo e atividade apostólicos tais, que seu Chefe desejou tê-lo
sempre em sua companhia.
Apostolado em Roma
Em Roma teve
São Marcos o prazer de ver os belos frutos, que a pregação do príncipe dos
Apóstolos produzira, crescendo dia por dia o número dos que pediam o santo
Batismo.
Durante sua
ausência, São Pedro confiou a São Marcos a vigilância sobre a jovem Igreja.
Atendendo ao insistente pedido dos primeiros cristãos de Roma, de deixar-lhes
um documento escrito, que contivesse tudo que da sua e da boca de São Pedro
ouviram da vida, da doutrina, dos milagres e da morte de Jesus Cristo, São
Marcos escreveu o Evangelho que lhe traz o nome, dos quatro Evangelhos o mais
curto e por assim dizer, o mais incompleto; não contém a história da Infância
de Cristo, nem o sermão da montanha. São Pedro leu-o aprovou-o e recomendou
aos cristãos que dele fizessem a leitura.
Depois de
ter passado alguns anos em Roma, São Marcos pregou o Evangelho na ilha de
Chipre, no Egito e nos países vizinhos. As conversões produzidas por esta
pregação contavam-se aos milhares.
Milhares de
ídolos ruíram por terra, e nos lugares dos templos se ergueram igrejas
cristãs. O Egito, antes um país entregue à mais crassa idolatria, tornou-se
teatro da mais alta perfeição cristã e refúgio de muitos eremitas.
São Marcos
trabalhou 19 anos em Alexandria, aonde a Igreja chegou a um estado de
extraordinário esplendor.
Observavam
do modo mais perfeito os conselhos evangélicos, abstendo-se, a exemplo do
mestre, do uso da carne e do vinho e distribuindo os bens entre os pobres.
Inúmeros eram aqueles que viviam em perfeita castidade. O número dos cristãos
cresceu de tal maneira, que para todos terem ocasião de assistir ao santo
sacrifício da Missa e à pregação, foi necessária destacar um número de casas
bem grande onde se pudessem reunir.
Conspirações contra São Marcos
Tão grande
prosperidade da causa do Senhor não podia deixar de inquietar e irritar os
sacerdotes pagãos contra o grande Apóstolo. São Marcos, sabendo que os inimigos
seus e de Cristo estavam conspirando contra sua vida, e, prevendo uma
perseguição, na qual muitos cristãos poderiam não ter a força de perseverar na
fé, ausentou-se da cidade. Dois anos durou essa ausência.
Ao voltar,
havia uma grande festa, que os pagãos celebravam em honra do deus Serapis. A
maior homenagem que podiam render à divindade havia de ser — assim opinavam os
idólatras — a oferta da vida do Galileu: por este nome era conhecido o grande
evangelista.
Imediatamente
se puseram a caminho em busca de São Marcos. A eles se uniu o populacho.
Descobrir-lhe paradeiro e penetrar na casa que hospedava, foi obra de minutos.
São Marcos
estava celebrando os santos mistérios, quando a horda sequiosa do seu sangue,
entrou. Prenderam-no e, com escolhida brutalidade, conduziram-no pelas ruas da
cidade. O trajeto todo ficou marcado do sangue do Mártir. São Marcos nenhuma
resistência fez; ao contrário, deu louvor a Deus por ter sido achado digno de
sofrer pelo nome de Cristo.
Na noite
seguinte apareceu-lhe um anjo e disse-lhe: “Marcos, Servo de Deus, teu nome está escrito no livro da
vida, e tua memória jamais se apagará. Os Arcanjos receberão em paz teu
espírito”.
Além desta
teve a aparição de Deus Nosso Senhor, da maneira por que muitas vezes o tinha
visto durante a vida mortal e disse-lhe: “Marcos, a paz seja contigo”.
Estas, como
as palavras do Anjo, encheram a alma do Mártir de grande consolo e ânimo.
O dia
seguinte, 25 de abril, foi o dia do martírio. Os pagãos maltratavam-no de um
modo tal que morreu no meio das crueldades. As últimas palavras que proferiu
foram: “Em vossas mãos
encomendo o meu espírito”.
Os pagãos
quiseram incinerar-lhe o corpo. Uma fortíssima tempestade, que sobreveio,
frustrou-lhes os planos e forneceu aos cristãos, ocasião de tirar o corpo e dar
lhe honesta sepultura, numa rocha em Bucoles.
Em 815 foram
as relíquias de São Marcos transportadas para Veneza, onde ainda se acham. O
leão é o símbolo deste evangelista, que inicia seu Evangelho com estas
palavras:
Fonte: http://www.aascj.org.br/home/2012/09/a-historia-do-evangelista-sao-marcos/
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