Santa Rosa
de Lima (Lima, 20 de abril de 1586 - Lima, 24 de agosto de 1617), foi uma mística da Ordem Terceira Dominicana canonizada
pelo Papa
Clemente X em 1671. Santa Rosa
é a primeira santa nativa da América e padroeira
do Peru.
Vida
Nascida em
Lima no ano de 1586, era descendente de conquistadores espanhóis. Seu nome de
batismo era Isabel Flores y Oliva, mas a extraordinária beleza da
criança motivou a mudança do nome de Isabel para Rosa, ao que ela acrescentou o
de Santa Maria. Seus pais eram Gaspar de Flores, espanhol arcabuz do Vice-Rei e
Maria Oliva, limenha. Era a terceira dos onze filhos do casal.
Seus pais
antes ricos tornaram-se pobres devido ao insucesso numa empresa de mineração e
ela cresceu na pobreza, trabalhando na terra e na costura até altas horas da
noite para ajudar no sustento da família. Cultivava as rosas de seus próprio
jardim e as vendia no mercado e por isso é tida como patrona das floristas.
Diz-se que tangia graciosa a viola e a harpa e tinha voz
doce e melodiosa. Além de muito bela, Rosa era tida como a moça mais virtuosa e
prendada de Lima.
Foi
pretendida pelos jovens mais ricos e distintos de Lima e arredores, mas a todos
rejeitou, por amar a Cristo como esposo. Em idade de casar, fez o voto de
castidade e tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, após lutar contra o
desejo contrário dos pais. Construiu uma cela estreita e pobre no fundo do
quintal da casa dos pais e começou a ter vida religiosa, penitenciando seu
corpo com jejuns e cilícios dolorosos e
conta-se que utilizava muitas vezes um aro de prata guarnecido com fincos,
semelhante a uma coroa de espinhos. Foi extremamente bondosa e caridosa para
com todos, especialmente para com os índios e negros, aos quais prestava os
serviços mais humildes em caso de doença.
Segundo os
relatos de seus biógrafos e dos amigos que a acompanharam, dentre eles seu
confessor Frei Juan de Lorenzana, por sua piedade e devoção Santa Rosa recebeu
de Deus o dom dos milagres. Era constantemente visitada pela Virgem Maria e pelo
Menino Jesus, que quis
repousar certa vez entre seus braços e a coroou com uma grinalda de rosas, que
se tornou seu símbolo. Também é afirmado que tinha constantemente junto a si
seu Anjo da
Guarda, com quem conversava. Ainda em vida lhe foram atribuídos muitos
favores; milagres de curas, conversões, propiciação das chuvas e até mesmo o
impedimento da invasão de Lima pelos piratas holandeses em 1615.
Apesar de
agraciada com experiências místicas fora do comum, nunca lhe faltou a cruz, a
fim de que compartilhasse dos sofrimentos do Divino Mestre: sofrimentos
provindos de duras incompreensões e perseguições e, nos últimos anos de vida,
de sofrimentos físicos, agudas dores devidas à prolongada doença que a levou à
morte em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos de idade. Suas últimas palavras
foram " Jesus está comigo!" Seu sepultamento foi apoteótico e
pranteado por todo o Vice Reino do Peru e seu túmulo tornou-se palco de
milagres, bem como também os lugares onde viveu e trabalhou pela causa da
Igreja. Foi a primeira santa canonizada da América e proclamada padroeira da América Latina. Conta-se
que o Papa Clemente relutava em elevá-la aos altares, mas foi convencido após
presenciar uma milagrosa chuva de pétalas de rosa que caiu sobre ele, vinda do
céu e que atribuiu a Santa Rosa de Lima.
Dela disse o
Cardeal
Ratzinger: De certa forma, essa mulher é uma personificação da Igreja da
América Latina: imersa em sofrimentos, desprovida de meios materiais e de um
poder significativos, mas tomada pelo íntimo ardor causado pela proximidade de
Jesus Cristo. (Homilia no
Santuário de Santa Rosa de Lima, Peru, em 19 de julho de 1986).
No Brasil, alguns
municípios - como Iretama e Nova Santa Rosa, no estado
do Paraná, em Santa Rosa de Lima em Santa Catarina, em Santa Rosa da Serra, Iturama e também no
distrito Engenho do Ribeiro do
município de Bom
Despacho no estado de Minas
Gerais e na cidadezinha de Cabeceiras em Goiás - a adotam
como Padroeira.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_de_Lima
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