Santa Cecília é uma das
mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto que uma basílica foi
construída em sua honra no século V
Hoje celebramos a santidade da virgem que foi exaltada como exemplo
perfeitíssimo de mulher cristã, pois em tudo glorificou a Jesus. Santa Cecília
é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto que uma basílica
foi construída em sua honra no século V. Embora se trate da mesma pessoa, na
prática fala-se de duas santas Cecílias: a da história e a da lenda. A Cecília
histórica é uma senhora romana que deu uma casa e um terreno aos cristãos dos
primeiros séculos. A casa transformou-se em igreja, que se chamou mais tarde
Santa Cecília no Trastévere; o terreno tornou-se cemitério de São Calisto, onde
foi enterrada a doadora, perto da cripta fúnebre dos Papas.
No século VI, quando os
peregrinos começaram a perguntar quem era essa Cecília cujo túmulo e cuja
inscrição se encontravam em tão honrosa companhia, para satisfazer a
curiosidade deles, foi então publicada uma Paixão, que deu origem à Cecília
lendária; esta foi sem demora colocada na categoria das mártires mais ilustres.
Segundo o relato da sua Paixão Cecília fora uma bela cristã da mais alta
nobreza romana que, segundo o costume, foi prometida pelos pais em casamento a
um nobre jovem chamado Valeriano. Aconteceu que, no dia das núpcias, a jovem
noiva, em meio aos hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou
com o marido o fato de ter consagrado sua virgindade a Cristo e que um anjo
guardava sua decisão.
Valeriano, que até então era
pagão, a respeitou, mas disse que somente acreditaria se contemplasse o anjo.
Desse desafio ela conseguiu a conversão do esposo que foi apresentado ao Papa
Urbano, sendo então preparado e batizado, juntamente com um irmão de sangue de
nome Tibúrcio. Depois de batizado, o jovem, agora cristão, contemplou o anjo,
que possuía duas coroas (símbolo do martírio) nas mãos. Esse ser celeste
colocou uma coroa sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, o que
significava um sinal, pois primeiro morreu Valeriano e seu irmão por causa da
fé abraçada e logo depois Santa Cecília sofreu o martírio, após ter sido presa
ao sepultar Valeriano e Tibúrcio na sua vila da Via Ápia.
Colocada diante da alternativa
de fazer sacrifícios aos deuses ou morrer, escolheu a morte. Ao prefeito
Almáquio, que tinha sobre ela direito de vida ou de morte, ela respondeu: “É
falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida”. Almáquio
condenou-a a morrer asfixiada; como ela sobreviveu a esse suplício, mandou que
lhe decapitassem a cabeça.
Nas Atas de Santa Cecília lê-se esta frase: “Enquanto ressoavam os
concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava no seu coração um hino de
amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo”. Essas palavras, lidas um tanto por alto,
fizeram acreditar no talento musical de Santa Cecília e valeram-lhe o ser
padroeira dos músicos. Hoje essa grande mártir e padroeira dos músicos canta
louvores ao Senhor no céu.
Santa Cecília, rogai por nós!
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