Morte
do padre exorcista Gabriele Amorth levou internautas a fazerem perguntas sobre
o assunto
O falecimento do mundialmente
conhecido sacerdote exorcista pe. Gabriele Amorth, na última sexta-feira, repercutiu
nas redes sociais e levou muitos internautas a perguntarem o que é e quem pode
fazer um exorcismo.
O exorcismo é o ato de
expulsar demônios, ou espíritos malignos, de pessoas, lugares ou objetos que
são supostamente possuídos ou infestados por eles. O Catecismo da Igreja
Católica (CIC), em seu número 1673, esclarece que a Igreja realiza o exorcismo
em nome de Jesus Cristo e através de um ministro ordenado, a fim de proteger as
pessoas e afugentar delas o demônio.
Sobre os ministros ordenados
capacitados para esse ministério, o pe. Modesto Lule, do Instituto dos
Servidores da Palavra, explicou à agência ACI Digital que “as únicas pessoas
que podem fazer exorcismos sem necessidade de permissão especial são os bispos
da Igreja Católica”. Excetuados os bispos, somente alguns sacerdotes
expressamente preparados e autorizados podem exercer esse ministério.
“Ninguém pode legitimamente
fazer exorcismos em possessos a não ser que tenha obtido licença peculiar e
expressa do bispo local. Se o bispo não autorizar, os padres não poderão fazer
mais do que uma oração de libertação”, explica o pe. Lule, citando o número
1172 do Código de Direito Canônico.
O sacerdote menciona ainda o
Evangelho de São Mateus, 10, 1. Nesta passagem, Cristo chama os doze apóstolos
e concede a eles a autoridade de expulsar os espíritos imundos. “Os bispos são
os sucessores dos apóstolos. A Igreja Católica é a única que descende dos
apóstolos”, explicita ele, acrescentando uma menção aos Atos dos Apóstolos, 6,
1-6: “Os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Escolhei, pois,
irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria, aos quais constituamos sobre esta importante matéria. Eles
escolheram sete homens e os apresentaram diante dos apóstolos, que, orando,
lhes impuseram as mãos”.
De acordo com o número 1172 §2
do Código de Direito Canônico, o exorcista deve ser um bispo ou sacerdote
“dotado de piedade, ciência, prudência e integridade de vida”.
Ainda explicando que o ato de
exorcizar foi confiado aos apóstolos e aos seus sucessores, o pe. Lule cita os
Atos dos Apóstolos, 19, 13-20: “Aqui se fala de sete filhos de um sacerdote
judeu que se dedicavam a expulsar demônios em nome de Jesus Cristo, mas, em
certa ocasião, o espírito maligno os enfrentou e disse que só conhecia Jesus
Cristo e Paulo. Depois de lhes dizer que não os conhecia, deu-lhes um tapa e
eles saíram correndo daquela casa. Nesse caso, os que estavam expulsando
demônios não tinham sido delegados para isso”.
Como observa o número 395 do
Catecismo, é um grande mistério o fato de Deus permitir a atividade diabólica.
Mas “nós sabemos que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus”,
enfatiza o pe. Lule, que também fala das orações de libertação: estas podem ser
realizadas por todos os bispos, sacerdotes e leigos.
“A oração de libertação não é a mesma coisa que o exorcismo. Tentar
fazer um exorcismo sem as devidas licenças é colocar-se num estado muito
frágil, no qual os demônios podem prender uma alma”, avisa o sacerdote.
Fonte: https://pt.aleteia.org/2016/09/19/quem-pode-fazer-exorcismos-na-igreja-catolica/
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