Santa Madalena
Sofia Barat
Festa 25 de maio
Na madrugada de 13
de dezembro de 1779, em Ivigny, na Borgonha, França, Madalena Sofia nasceu
prematura devido a um incêndio assustador que arrasou a casa vizinha àquela em
que moravam seus pais. Se um incêndio marcou seu nascimento, o fogo da fé
presente em sua alma contagiou muitas outras durante toda a sua existência, que
abrangeu o período da sangrenta e anticristã Revolução Francesa.
Sua mãe quase perdeu a vida e Madalena,
devido ao risco de morte que corria, foi batizada no mesmo dia, tendo como
padrinho o irmão Luís, de doze anos, profundamente ligado aos ensinamentos
cristãos.
A família de Madalena tinha uma atividade
econômica ligada sobretudo ao vinhedo e ao bosque. Pertencia à pequena
burguesia rural em ascensão social e compreendia a importância dos estudos.
Madalena Sofia era miúda, baixa para sua
idade e era obrigada a subir em um tamborete para que a visse o pároco quando
lhe ensinava o catecismo. Todavia, embora fosse fraca fisicamente, tinha uma
força interior marcante desde a infância. Tímida, suas primeiras reações eram
impulsivas. Ela teve sempre réplicas prontas e palavras mordazes; gostava das
diversões, dos passeios pelas colinas. Era dócil com os que a rodeavam e
demonstrava seu afeto com gestos espontâneos.
Desde pequena aprendia as orações com
facilidade e era sempre a primeira nas aulas de catecismo. Seu irmão e
padrinho, estudante de teologia, foi promovido a subdiácono e nomeado professor
da escola de Ivigny, levando consigo sua irmã e afilhada, para melhor
prepará-la para a vida. Percebendo que Madalena aprendia com rapidez as
matérias, Luís passou a lhe ensinar também História antiga e moderna, Sagrada
Escritura, latim, grego, noções de italiano e de espanhol, rudimentos de
hebreu.
Em 1789, Madalena fez sua Primeira
Comunhão. Era piedosa e fervorosa, assídua à Missa matinal diária em sua
paróquia de São Teobaldo. Aos 14 anos decidiu fazer voto de virgindade. Um
pouco antes, a família Barat tinha começado a abandonar o jansenismo graças à
mediação de Luís Barat, que havia comprado em Paris, durante uma de suas idas à
capital, umas imagens do Coração de Jesus e do Coração de Maria. Era diante
destas duas imagens que a família se reunia para a oração diária.
A Revolução Francesa perturbou a paz da
família, do país, da Santa Igreja, do mundo... Igrejas e conventos eram
fechados. Os cárceres ficaram lotados de sacerdotes e religiosos. Os bens dos
Barat foram confiscados, Luís foi preso em maio de 1793 e se livrou da
guilhotina por milagre.
Madalena Sofia demonstrava sua força de
caráter ajudando sua mãe a recuperar o ânimo, porém ela guardará uma repulsa
pela Revolução Francesa, que identificava como um “tempo de ódio contra Jesus
Cristo”. Ainda em 1840 a Marseillaise a fazia tremer; e em 1848 associava as
manifestações populares ao período revolucionário do “Terror”.
Quando Luís Barat foi libertado, em 1795,
ele se ordenou sacerdote e foi para Paris, acompanhado da irmã; celebrava a
Santa Missa clandestinamente. Madalena ensinava catecismo às crianças do bairro
e continua sua formação religiosa e profana, rodeada de algumas jovens, com as
quais começa um ensaio de vida em comum.
Trabalhando na reconstrução da Igreja
aniquilada pela revolução, Madalena confiou sua orientação religiosa ao sábio e
famoso Padre José Varin. Este sacerdote expôs-lhe o projeto de fundar uma
congregação de educadoras, inspirada pela devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Percebendo as necessidades da época e seguindo
forte inspiração, Madalena, aceitou humildemente a ajudá-lo em tal missão,
cheia de desconfiança em suas forças: “Aceito tudo, sem compreender nem prever
nada”, disse.
A Congregação do Sagrado Coração de Jesus,
que tinha por objetivo o ensino gratuito de meninas pobres, foi fundada em 21
de novembro de 1800. Junto com outras companheiras Madalena vestiu o hábito da
congregação na capela da Rua Touraine, diante do quadro da Virgem Ssma., e
embora fosse a mais jovem, tinha apenas 23 anos, foi nomeada superiora. A Santa
partiu para Amiens para ensinar em uma escola que foi o primeiro convento da
congregação.
A congregação reuniu sempre mais
seguidoras e enfrentou muitas dificuldades até obter a aprovação canônica. Para
manter as escolas gratuitas, Madalena as criava aos pares: uma para as meninas
pobres e outra para as de classe rica, que custeava a primeira. Assim espalhou
a vocação da congregação, com suas missionárias sendo enviadas pelo mundo.
A Santa percorreu a França em todas as
direções, e do mesmo modo a Suíça e a Itália, para estender a Instituição e
atender aos necessitados. O talento varonil e o saber pouco comum, a vontade
indomável e o coração de mãe, tendo por base as mais austeras e profundas
virtudes, granjearam-lhe fama em todas as classes sociais. Falava com nobres e
príncipes, sábios, bispos e cardeais.
Quando não estava ainda estabelecida a
clausura, Santa Madalena Sofia ia à sua aldeia natal de Joigny e tomava como
companheira uma das religiosas mais aristocráticas, a fim de esta ficar a
conhecer a pobreza da casa em que nascera.
Um grande senhor encontrou-a um dia com a
vassoura na mão. - Que faz, Madre Geral? – Senhor Duque, o que teria feito
durante toda a vida se tivesse ficado no lugar que me toca. “A Madre Barat é a
revelação da humildade”, dizia um Bispo.
Durante 63 anos ela fundou 122 escolas em
16 países. Como não podia visitar tantas fundações, mantinha contato com elas
por meio das inúmeras cartas que escrevia. Encarregava-se também da administração
da casa-mãe e de atender as visitas que chegavam para pedir-lhe conselho. Em
uma de suas cartas escreveu: “O trabalho excessivo é um perigo para as almas
imperfeitas; porém as perfeitas obtêm, por esse meio, uma rica colheita”.
Em dezembro de 1826, o Papa Leão XII
aprovou oficialmente a Sociedade do Sagrado Coração. Em 1864, aos 85 anos de
idade, a Santa pediu ao conselho geral que permitisse que ela renunciasse a seu
cargo, a assembléia, porém, não atendeu a seu pedido, mas nomeou uma vigária
para ajudá-la nos trabalhos.
No dia 21 de maio de 1865, estando na casa
de Paris, a Santa anunciou à comunidade a sua morte próxima com estas palavras:
“Apresso-me a vir hoje, pois na quinta-feira vamos para o Céu”. Efetivamente,
sofreu um ataque e no dia 25 de maio de 1865, Festa da Ascensão do Senhor,
carregada de méritos e trabalhos pela glória do Coração de Jesus, beijando o
Crucifixo, entregou sua alma a Deus.
Vários milagres e muitas conversões
aconteceram logo depois de seu falecimento, conforme os registros que regeram
sua canonização, que ocorreu em 24 de maio de 1925, decretada pelo Papa Pio XI.
Santa Madalena Sofia Barat é festejada nos cinco continentes no dia de seu
falecimento. A congregação atua em quarenta e quatro países, inclusive no Brasil.
Fonte: http://heroinasdacristandade.blogspot.com/2012/05/santa-madalena-sofia-barat-fundadora.html
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