Paulina Jaricot nasceu em Lião (França) a 22 de julho de 1799, de uma
família proprietária de uma fábrica de seda. Desde a sua infância recebeu
profunda educação cristã. Após grave enfermidade e morte da mãe, em 1816,
Paulina resolveu “servir somente a Deus”. Nesta oportunidade, fez voto privado
de castidade e adoptou um estilo de vida e de vestir das mais pobres operárias.
Por meio de seu querido irmão, Filéias, seminarista do Seminário de
Saint-Sulpice, em Paris, onde se preparava para ser missionário na China,
Paulina toma conhecimento e mantém-se informada da situação difícil das
missões. Paulina, além de esforçar-se em dar a conhecer as necessidades das
missões (pertencia também à Associação dos Padres das Missões Estrangeiras), amadurecia
em sua mente algo mais orgânico que poderia suscitar o entusiasmo e evoluir
interiormente; algo, inclusive, que pudesse envolver todos os católicos e ser
uma verdadeira ajuda para todas as missões indistintamente.
Ao aparecer o grande projecto de Paulina Jaricot, que um dia se converteria
na Obra da Propagação da Fé, seu irmão Filéias, recém ordenado sacerdote,
sugere à irmã que se consagre, inteiramente, a uma actividade organizada em
favor das missões. “A minha vocação – escrevia Paulina – impedia-me de fixar a
minha atenção apenas numa obra até o ponto de esquecer-me das demais… Desejo
permanecer livre para poder ir onde as necessidades são maiores”. Suas outras
obras foram: o Rosário Vivo (1826), a Obra de Boa Imprensa (bibliotecas
populares e volantes, 1826), o Banco do Céu (1830), a Congregação de Filhas de
Maria (1831).
O mundo católico considera Paulina Jaricot como uma mulher de
extraordinária têmpera de alma e de ampla visão das necessidades da Igreja; uma
mulher verdadeiramente amante da Igreja, que viveu quase sempre incompreendida,
combatida, caluniada e até perseguida pelos superiores. Paulina era de
temperamento prático: todas as suas iniciativas revelam um espírito sumamente
realista, capaz de dar corpo e vida a uma ideia. Suas actividades, são
aparentemente simples e susceptíveis de serem atribuídas a qualquer pessoa,
denotavam, porém, uma percepção exacta da realidade social e espiritual de seu
tempo.
As autoridades eclesiásticas, que repetidamente recomendaram a Obra aos
Bispos, sacerdotes e fiéis, reconhecendo em Paulina Jaricot um instrumento
dócil, generoso e heróico da Divina Providência para a evangelização,
introduziu a causa da Beatificação, em 18 de janeiro de 1830. Em 25 de
fevereiro de 1963, o Papa João XXIII assinou o decreto que proclama a
heroicidade das virtudes de Paulina Maria Jaricot. Por isso a declarou
“Venerável”, o que significa que a Igreja se compromete em beatificá-la. Porém,
um milagre, fruto de sua intercessão é a condição, normalmente, necessária.
A França
encontrava-se em momentos difíceis para a missão. Sofria as consequências da
Revolução Francesa, das posteriores guerras napolitanas, dos movimentos
laicistas e racionalistas: encerramento de seminários, dissolução dos
institutos religiosos, paróquias sem pastores, empobrecimento do povo. Mas este
foi o ambiente e o momento escolhido pelo Espírito Santo para o despertar de um
novo vigor missionário na Igreja, por meio da jovem Paulina Jaricot. Paulina
Jaricot (1799-1862), nasceu em Lião, França, filha de fabricantes de seda.
Desde pequena entrou em contacto com as missões na China e na Ásia oriental
conhecendo as suas imensas necessidades. Concebe um plano de ajuda aos
missionários e expõe-no às colegas operárias da fábrica onde trabalhava.
Apresenta o plano ao vigário geral da diocese de Lião que lhe responde:
“adiantaria mais você encontrar um bom marido ou entrar num convento…” Mas
Paulina continuou sua obra com o grupo de amigas. Reúne-se com as colegas
operárias e rezam. Constituem-se, primeiramente, numa associação das
Reparadoras. Unem-se a outras iniciativas semelhantes e fundam a Obra da
Propagação da Fé, para ajudar, com a oração e esmolas, a obra da evangelização
em todas as missões.
Esta Obra
recebeu, desde o início, apoio dos Papas e foi acolhida pelos bispos em suas
dioceses. O Papa Gregório XVI, na encíclica “Probe nostis” (1840), diz que é
uma “Obra verdadeiramente grande e muito santa”: Leão XIII, apoiou e contribuiu
na difusão universal da Obra da Propagação da fé dedicando-lhe duas encíclicas:
“Sancta Dei Civitas” (1880) e “Christi Nomen” (1894). Entre todas as Obras, diz
Leão XIII, a Propagação da Fé ” destaca-se e e brilha entre todas elas”. Pio X
qualificou-a como “eminentemente católica e a principal instituição para a
dilatação do Reino de Deus”. Bento XV, na encíclica “Maximum illud” (1919), a
primeira Carta magna da atividade missionária lança fundamentos sólidos para a
missiologia. Apresenta oficialmente as 4 Obras e recomenda-as aos bispos como a
primeira Obra Missionária eficaz para ajudar todas as missões.
O
carácter universal desta Obra obteve muita simpatia desde o início. Agora, como
organismo oficial da Igreja para a cooperação missionária, abriu-lhe as portas
de todas as dioceses, paróquias, movimentos e famílias cristãs. Porém é com o
Concílio Vaticano II que esta Pontifícia Obra Missionária, junto com as outras
três, adquire a verdadeira importância, como instrumento local e prioritário da
Papa, do Colégio Episcopal para a cooperação missionária da oração, da doação
pessoal e das ajudas materiais para toda a Igreja. Todo o povo cristão é
chamado a cooperar espiritual e materialmente na acção missionária. Repete-se o
que aconteceu no início da Igreja: todo o povo participava na difusão do
Evangelho.
Pio XI,
em 1922, no centenário da fundação desta Obra, por um Motu próprio transferiu
sua sede de Lião para Roma, no Palácio da Propagação da Fé, constituindo-a como
“organismo oficial da Santa Sé para a cooperação missionária, recolhendo as
ofertas dos fiéis de todo o mundo para as repartir entre todas as Missões”.
Fonte: https://www.opf.pt/paulina-jaricot/
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