Genealogia de Jesus está relatada em dois dos quatro Evangelhos, Mateus e Lucas. Estes relatos são substancialmente
diferentes. Várias explicações têm sido sugeridas e tornou-se tradicional
desde, pelo menos, 1490 pressupor que a genealogia dada por Lucas foi traçada
através de Maria e que a Mateus o faz
através de José. Acadêmicos modernos geralmente vêem
as genealogias como construções teológicas. Mais especificamente, sugere-se que
as genealogias foram criadas com o objetivo de justificar o
nascimento de uma criança com linhagem real.
Mateus menciona sinteticamente um
total de 46 antepassados que teriam vivido até uns dois mil anos antes de Jesus,
começando por Abraão. Em seu relato, o apóstolo cita não somente heróis da
fé, mas também mencionam os nomes das mulheres estrangeiras que fizeram parte
da genealogia tanto de Jesus quanto de Davi,
que no caso foram Rute, Raabe e Tamar. Também não omite os
nomes dos perversos Manassés e Abias, ou de pessoas que não alcançaram destaque nas Escrituras
judaicas. Divide então a genealogia de Jesus em três grupos de catorze
gerações: de Abraão até Davi, de Davi até o cativeiro babilônico,
ocorrido em 586 a.C., e do exílio judaico até Jesus.
Lucas, por sua vez, aborda a
genealogia de Jesus retrocedendo continuamente até Adão, talvez com o objetivo de mostrar o lado humano de Jesus.
E, superando Mateus, Lucas fornece um número maior de antepassados de Jesus.
Esta genealogia é considerada por alguns autores como sendo a genealogia da
Virgem Maria, a genealogia materna de Jesus, o que explicaria parte das
diferenças entre esta e a genealogia apresentada por Mateus.
Segundo
Mateus.
Narrativa.
Os
Evangelhos foram escritos com uma finalidade teológica e, portanto, não podem
ser considerados, em hipótese alguma, como livros históricos. Não era a
intenção dos escribas fazerem história, mas de alentar as comunidades cristãs
nascentes e de consolidar a nova mensagem que distinguia dos judeus, mas sem
romper com a tradição judaica, e distinguia-os dos outros povos, chamados
"pagãos".
A
genealogia de Jesus, conforme descritas nos evangelhos, tem o intento de dar
legitimidade à sua pessoa e aos seus ensinamentos, proclamando que Jesus era
aquele esperado e anunciado no AT e fruto da intervenção celestial. Portanto,
trata-se de uma mensagem teológica e não histórica que os evangelhos querem
passar.
Livro da
geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
- Abraão
gerou a Isaque; Isaque gerou a Jacó (ou Israel); Jacó gerou a Judá e a seus
irmãos (cada irmão representa uma das 12 tribos de Israel, dentre elas Judá e
Levi - e, desta última, Moisés é descendente);
- Judá
gerou de Tamar a Perez e a Zara; Perez gerou a Esrom; Esrom gerou a Arão;
- Arão
gerou a Aminadabe; Aminadabe gerou a Naassom; Naassom gerou a Salmom;
- Salmom
gerou de Raabe a Boaz; Boaz gerou de Rute a Obede; Obede gerou a Jessé,
- Jessé
gerou ao rei David. David gerou a Salomão daquela que fora mulher de Urias;
- Salomão
gerou a Roboão; Roboão gerou a Abias; Abias gerou a Asa;
- Asa
gerou a Josafá; Josafá gerou a Jorão; Jorão gerou a Uzias;
- Uzias
gerou a Jotão; Jotão gerou a Acaz; Acaz gerou a Ezequias.
- Ezequias
gerou a Manassés; Manassés gerou a Amom; Amom gerou a Josias, e Josias gerou a
Jeconias e a seus irmãos no tempo do exílio em Babilônia. Depois do exílio em
Babilônia, Jeconias gerou a
Salatiel; Salatiel gerou a Zorobabel;
- Azor
gerou a Sadoque; Sadoque gerou a Aquim; Aquim gerou a Eliúde;
- Eliúde
gerou a Eleazar; Eleazar gerou a Matã; Matã gerou a Jacó, e Jacó gerou a José,
esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo.
Assim
todas as gerações desde Abraão até Davi são catorze gerações; também desde
David até o exílio em Babilônia, catorze gerações; e desde o exílio em
Babilônia até o Cristo, catorze gerações.
Interpretação.
No primeiro versículo, é usada a
expressão Filho de Davi,
que é um título messiânico.
Mais de 400 anos tinham se passado desde as ultimas profecias do AT, Judeus
fiéis espalhados pelo mundo esperavam o Messias.Tanto Maria quanto José
pertenciam à casa de Davi. As profecias do Antigo Testamento afirmavam que o
Messias nasceria de uma mulher (Gn 3:15), da descendência de Abraão (Gn 22:18),
pela Tribo de Judá (Gn 49:10) e da família de
Davi (2 Sm 7: 12, 13).
Em Mateus, quatro mulheres são
mencionadas: Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba (Citada como cuja mãe tinha sido
mulher de Urias). Destas pelo menos 3 eram gentias (Tamar, Raabe e Rute). Isso
era fora do costume, talvez tenha feito indicando que Deus não se limita aos
israelitas, mas estende seu plano de salvação a todos os povos.
Mateus subtendeu algumas gerações,
(exemplo: Acazias, Joás e Amazias - 2Cr 21.4-26.23) quando no versículo 8 diz
que Jorão gerou Uzias, ele estava utilizando gerou no sentido de "foi
antepassado de". É provável que tenha feito isso a fim de apresentar um
sumário sistemático de três períodos na história de Israel (A Monarquia, o Cativeiro e o Messias), cada um com
catorze gerações. O valor numérico das letras em hebraico para "Davi"
é igual a catorze. Talvez Mateus tenha usado essa abordagem a fim de ajudar
seus leitores a memorizar essa lista complicada.
Mateus não diz que José gerou Jesus,
mas somente que era o marido de Maria e que Jesus nasceu dela, sendo assim
juridicamente descendente de Davi.
Segundo Lucas.
Narrativa.
«Ora o mesmo Jesus, ao começar o seu ministério, tinha cerca de trinta anos, sendo filho (como
se julgava) de José, filho de Heli, filho de Matã, filho de Levi,
filho de Melqui, filho de Janai, filho de José, filho de Matatias, filho de
Amós, filho de Naum, filho de Esli, filho de Nagai, filho de Máate, filho de
Matatias, filho de Semei, filho de José, filho de Jodá, filho de Joanã, filho
de Resá, filho de Zorobabel, filho de Salatiel, filho de Neri, filho de
Melqui, filho de Adi, filho de Cosã, filho de Elmadã, filho de Er, filho de
Josué, filho de Eliézer, filho de Jorim, filho de Matã, filho de Levi, filho
de Simeão, filho de Judá, filho de José, filho de Jonã, filho de Eliaquim,
filho de Meleá, filho de Mená, filho de Matatá, filho de Natã, filho de Davi,
filho de Jessé, filho de Obede, filho de Boaz, filho de Salá, filho de
Naassom, filho de Aminadabe, filho de Admim, filho de Arni, filho de Esrom,
filho de Farés, filho de Judá, filho de Jacó, filho de Isaque, filho de
Abraão, filho de Terá, filho de Nacor, filho de Serugue, filho de Ragaú,
filho de Faleque, filho de Éber, filho de Salá, filho de Cainã, filho de
Arfaxade, filho de Sem, filho de Noé, filho de Lameque, filho de Matusalém,
filho de Enoque, filho de Jarete, filho de Maleleel, filho de Cainã, filho de
Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus.» (Lucas 3:23-38)
|
Interpretação
A genealogia contada a partir da semente de uma
mulher não era comum na época. Alem de trazer diferentes nomes em comparação a
Mateus, pode-se olhar esta diferença de maneira profética se olharmos para a
promessa de Deus quando diz que a semente da mulher esmagaria a cabeça da
serpente (Gn 3:15).
No versículo 23 Lucas nos informa a idade que Jesus
começou o seu ministério. Trinta anos, era a idade que o Levita assumia seu
ministério (Nm. 4.47), pois acreditavam que com essa idade o homem se tornava
maduro. Também é feito referência sobre José não ser o pai físico de Jesus.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Genealogia_de_Jesus
Na genealogia "Jacó gerou a José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo."...??? Esse José não é o do Egito? Que foi governador?
ResponderExcluirNao porque jose do Egito era no antigo testamento e jose suposto marido de maria mãe de Jesus era no novo testamento.e não podem ser o mesmo
ResponderExcluir