Palavras de Jesus Cristo

Jesus Falou: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai a não ser por mim" João 14,6

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O PENSAMENTO DO VERDADEIRO CRISTÃO


O pensamento cristão é essencialmente contrário à existência de qualquer força cega que empurre o homem a agir deste ou daquele modo. Entre Deus e as criaturas humanas não há semideus nem algum ser misterioso que obrigue o homem a fazer algo. Deus criou o homem livre e deixa-lhe a liberdade de opção e ação. Nem mesmo o Malígno ou o Demônio pode coagir alguém a cometer o mal; o demônio pode sugerir o pecado, tentando a criatura humana, mas não pode forçar ao mal; excetue-se apenas o caso da possessão diabólica; nestas circunstâncias, porém, o possesso não é o responsável pelo mal que comete.

Muito  sabiamente dizia Santo Agostinho que o demônio é um cão acorrentado, que pode ladrar muito, mas só faz mal a quem se lhe chegue perto. O mundo pagão admitia o Destino ou Fato, porque tinha concepções a respeito da Divindade; concebia-a à semelhança do homem, o que dificultava entender o que a linguagem cristã chama "Providência Divina". O Fato ou Destino da mitologia é figura fantasiosa ou fictícia, como também o encadeamento cego de causas e efeitos, sufocador da liberdade, é algo de irreal, decorrente de errôneas noções de Divindade e de seus atributos. Jesus Cristo veio libertar o homem de todas as crendices e de todos os pavores derivados da imaginação, e anunciou ao homem que ele é livre, devendo responder diretamente a Deus por suas opções e atividades. 

Destas premissas deduzimos conclusões importantes:

1) Os despachos ou trabalhos das religiões afro-brasileiras nada podem fazer contra quem quer que seja; carecem de eficácia ou de força mágica. Verdade é que vários fiéis católicos se afligem porque sabem que alguém ou algum adversário está fazendo despachos contra eles e vão procurar a Igreja para pedir um exorcismo. Há também quem se julgue desgraçado por causa de um "trabalho" e Umbanda e vai solicitar um exorcismo na Igreja. Ora, tal modo de pensar é errôneo, não existem exús e orixás, de modo que são totalmente ineficazes as oferendas de galinha preta, farofa, cachaça, charutos... que se lhes façam; nenhuma entidade do além acode a essas oferendas. O demônio, que a Escritura e a fé católica reconhecem, não é exú nem orixá; é um anjo que Deus criou bom e que se perverteu pelo pecado da soberba; recebe agora a autorização de Deus para tentar o homem e levá-lo ao pecado, se a pessoa tentada consentir nas sugestões do Malígno; o que Satanás quer é o pecado, não lhe importam a galinha preta, a farofa, a cachaça... oferecidos aos pretensos orixás. Por conseguinte, nenhum despacho causa desemprego, destruição de casamento, doença...., a não ser que a pessoa alvejada pelo despacho creia que este é eficaz; e o crê, sugestiona-se, julga-se condenada a um infortúnio e, insegura , pode precipitar-se numa desgraça ou deixar-se envolver num acidente, em tal caso, a eficácia não é do despacho, mas da sugestão...., sugestão que a pessoa concebe por imaginar que o despacho é eficaz.

2) Nenhum objeto de superstição faz bem ou mal a alguém. Daí segue que o cristão não dá crédito a figas, bentinhos, amuletos. Estes podem sim desencadear a sugestão que é eficaz, como dito, mas por causa de uma atitude subjetiva, sem fundamento objetivo ou real.

3) O cristão não crê em horóscopo, como se os astros definissem o futuro do homem. Verdade é que, desde épocas antigas, os homens imaginaram estar debaixo do poder dos astros, tão belos e pujantes parecem. Os antigos escritores da Igreja relutaram contra tal concepção, remanescente entre os cristãos. Podem os astros, em alguns casos, influir sobre o físico e o psíquico do homem, causando reações psicossomáticas (melancolia, júbilo, depressão ...), o que não significa traçar o futuro do homem.

4) O cristão também não crê em cadeias de orações, ou seja, em preces que é preciso copiar umas tantas vezes e passar adiante, sob pena de sofrer alguma desgraça, caso não o faça, ou com a perspectiva de receber algum benefício, desde que o execute. Não há fundamento para crer no valor de tais correntes de orações, vêm a ser uma contrafação da verdadeira oração, esta nada tem de mágico, mas é um recurso filial a Deus, que vale pela fé, o amor e a humildade com que a criatura reza ao Pai do céu. 

5) O cristão também não aceita a "mística dos números", segundo a qual alguns números são portadores de boa sorte e outros são de mau agouro. Nem o número treze é mau, nem o número 666...

6) Em suma, o cristão não crê que as coisas acontecem porque Deus as decretou cegamente, sufocando a liberdade do homem; Deus sabe tudo o que acontecerá no futuro, pois Ele nada pode ignorar. É de notar, porém, que a presciência não é ditatorial; Deus prevê que os homens, livremente, farão tais e tais coisas; paralelamente alguém, a partir de uma janela, pode prever que dois veículos se chocarão entre si, pode ter certeza disto, sem causa do desastre.

O cristianismo repudia o Destino, conceito mitológico, e, em seu lugar, professa a Providência Divina, que é a ação pela qual Deus se dispõe a levar todas as criaturas para o seu fim devido. Deus não abandona a criatura depois de lhe ter dado existência, mas, tendo-a criado em vista de uma finalidade sábia e grandiosa, provê os meios para que cada criatura possa atingir a sua meta (sem destruição da liberdade, no caso do homem).

São Palavras de Santo Agostinho: "Deus onipotente..., sendo sumamente bom, não deixaria mal algum em sua obra, se não fosse tão poderoso e bom que pudesse tirar até do mal, o bem"..."Ele julgou melhor tirar dos males o bem do que não permitir que mal algum viesse a existir".  

Fonte: Livro Católicos perguntam e Estevão Tavares Bittencourt, OSB



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